22/09/2016

Largar um peido e sair merda

Política de penico
É o que este (des)governo está a fazer.
Quando se aperceber, já vai tarde.

As medidas dos 50.000€ para as contas bancárias, a taxa de vistas e exposição solar, e agora a do património acima dos 500.000€ (ou um milhão de Euros, ou qualquer que seja o limite), vão ser responsáveis por mais malefícios que benefícios.

Estas medidas a avulso não causam muitos problemas. Mas em sucessão demonstram um caminho claro que está a ser trilhado: ataque ao capital.

O Peido:
Não estão em causa os montantes dos limites, nem dos impostos, esses são secundários. É o “peido” que antecede a “merda”.

A Merda:
O problema grave aqui é a política. Ou seja, o que o conjunto das medidas provoca, as tais consequências que o (des)governo não está a considerar. A mensagem que está a ser passada para os investidores. Em resumo, a “merda” que vem após o que o (des)governo pensa ser um “peido”.

Não é muito difícil compreender que o capital não vai ficar cá para ver.
Os investidores não gostam de incertezas. Apenas correm riscos se as mais-valias forem mais atractivas que outras alternativas de investimento de menor risco.
Este tipo de políticas não só afastam potenciais investidores, como podem mesmo afastar actuais investidores.

Como tal, o resultado é um crescimento ainda mais miserável do que o (des)governo “decretou”, e também mais miserável que as previsões de fontes mais credíveis.
Ou seja, se o potencial de todo o plano orçamental falhar já era grande, enorme, agora ainda piorou mais.
Sem capital não há investimento, sem investimento não há crescimento, sem crescimento não há receita, sem receita o défice aumenta.

Mas os riscos não ficam por aqui.

A medida de taxar o património vai ter uma receita bem inferior à esperada. Tenho a certeza que os proprietários do património alvo deste ataque já se estão a mexer para distribuir o património de modo a não ficar enquadrado nesta medida.

A medida que obriga à comunicação de contas com saldo superior a 50.000€, parecendo inócua, pode ter um potencial de destruição da economia bem maior:

— Capacidade dos bancos em cumprir com os critérios de solidez dos testes de stress.

Ou seja, a medida dos 50.000€ tem o potencial de provocar a derrocada de mais bancos.
Se tal acontecer, vamos assistir a uma repetição de soluções anteriores com custos para os contribuintes. A alternativa será uma solução semelhante à solução avançada para o Chipre, que passa por usar o capital dos depositantes. Esta última, sobrando poucos depósitos com valores superiores a 50.000€, não parece viável.

Centeno diz estar a fazer os possíveis para evitar novo resgate.
O (des)governo faz precisamente o oposto.
Diz uma coisa, faz outra.
O normal, portanto.

Lá virá a Trokia para limpar a “merda” de mais um “peido” socialista.

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