05/02/2010

Sócrates com os patins calçados

Resta saber se para fugir, se para cair.
O que é expectável é que este governo tenha as horas contadas.
Sócrates está entalado.

Entalado pela oposição, como é evidente. Quando a esquerda e direita votam favoravelmente propostas de outras bancadas, e o PS vota contra, é evidente o entalanço.

Entalado pelos próprios deputados. É óbvio o afrontamento que o líder parlamentar da bancada do PS faz a Sócrates. Um provável candidato a Secretário-Geral do PS.

Entalado pelo próprio partido. Há muito que existem vozes discordantes dentro do PS, mas que têm passado despercebidas enquanto há poleiros. Têm estado à espera que acabe o estado de graça.

Entalado pelo Manuel Alegre. Quando um candidato presidencial é declaradamente apoiado por outro partido, ainda antes do seu, algo não está bem. Para mim é claro que o Manuel Alegre como Presidente da República seria uma maior pedra no sapato de Sócrates que Aníbal Cavaco Silva. Não tenho dúvidas que Sócrates prefira Cavaco a Alegre.

Entalado pela Comunicação Social.
Acção-reacção.
Acção: Sócrates tem atacado a comunicação social cujos artigos o incomodam.
Público: José Manuel Fernandes
TVI: Manuela Moura Guedes
SIC Notícias/Jornal de Notícias: Mário Crespo
RTP1: Marcelo Rebelo de Sousa
Prof. Medina Carreira
Etc.
Reacção: Motivação extra para encontrar e divulgar todos os podres da pessoa, do ministro e do governo.

Muito provavelmente, entalado pela Justiça, assim que se acabe o estado de graça.

Será Fevereiro o mês de todos os ataques?...

O jornal Sol vai publicar esta 6ª feira (5-2-2010) um excerto do despacho judicial sobre o caso Face Oculta.

04/02/2010

O dia das mentiras mudou para Fevereiro?

Isto só pode ser piada do 1º de Abril...
O problema é que estamos em Fevereiro!


Acaba a dupla tributação mas o preço final dos carros mantém-se ou aumenta. Alterações propostas no Orçamento são castradoras, dizem as associações.
Desce o IVA (cerca de mil euros num modelo médio), mas sobe o Imposto Sobre Veículos (ISV) e, feitas as contas, os carros ficarão a pagar o mesmo ou ainda mais.
in ECONÓMICO


Ou seja, o fim da dupla tributação a que Bruxelas obrigou, vai resultar numa mão cheia de nada... quiçá mesmo a falta de mão, pior que cheia de nada.

As marcas da governação falhada

Já não é apenas o desemprego, há mais marcas da governação falhada. Marcas que são visíveis de fora.

Com este valor, que tem por base dados da Bloomberg, Portugal salta para o 'top 15' dos países com a dívida mais arriscada no mundo, ao lado de nações como o Cazaquistão e cada vez mais perto do Vietname, cujos CDS estão a negociar hoje nos 228,56 e 254,33 pontos, respectivamente.
in ECONÓMICO


Se a quebra na bolsa é obra dos animais internacionais, a dívida é obra de quem, sr. ministro Teixeira dos Santos? Da obra e graça do Espírito Santo? Vai culpar o Papa quando este visitar Portugal?

Um governo que fede, como este, vai certamente afectar negativamente o Turismo... Há que transferir urgentemente este (des)governo da lixeira a céu aberto para um aterro sanitário.

O meu filho é o único que vai com o passo certo

Afinal não é apenas uma história... tem sido a realidade deste (des)governo.

O militar que marchava com o passo trocado, e que para a sua mãe era o único que ia bem, é uma história que se tem repetido algumas vezes no Parlamento. O PS já foi apanhado algumas vezes com o passo trocado, mas continua a pensar que é o único que vai bem.

A última das quais foi hoje:

A proposta foi avançada inicialmente pelo CDS, mas acabou por ser subscrita pelo PSD, Bloco de Esquerda e PCP, após um intervalo de cerca de 20 minutos da reunião da comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, que esta quinta-feira vota as propostas de alteração à Lei das Finanças Regionais.
in TSF


É claro que, se o PS não estivesse em maioria nos Açores, o voto teria sido igual... NOT!!!
Haja decoro...

Mestria em sacudir a água do capote

O mestre dos mestres é Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças (do buraco financeiro, portanto).
Observe-se como, em dia de chuva, se realiza a mestria na arte de sacudir água do capote:


Num dia de grande instabilidade na bolsa de Lisboa, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, acusou os mercados internacionais de terem um «espírito animalesco» em relação a Portugal.
«[Os mercados internacionais] estiveram muito focados numa presa até agora que era a Grécia, agora viraram-se para nós [Portugal]. Entendo que sem razão», sublinhou.
in TSF


Tudo isto como se Teixeira dos Santos nada tivesse que ver com o aumento brutal da dívida nestes últimos anos. E como se a dívida nada tivesse que ver com a requalificação (desqualificação) de Portugal. E como se esta desclassificação não estivesse a provocar esta queda abrupta na bolsa.

São, pois, como sempre, os animais. Aqueles animais dos quais se conhece apenas (quão conveniente) os adjectivos, mas nunca os nomes. São "eles", mas nunca "aqueles" bem apontados e identificados.

Talvez, porque, se os apontasse teria de estar em frente a um espelho, para evitar retorcer o dedo acusador ao apontá-lo para si próprio.

Como disse Eça de Queirós:
«Este governo não cai porque não é um edifício, mas sai com benzina porque é uma nódoa.»
Só espero que não juntem fósforos à benzina, como fizeram na Grécia...

02/02/2010

Pilha-galinhas... e não só

As coisas que circulam por e-mail...

Há de tudo, a circular por e-mail... Até imagens que, como todos sabemos, valem mil palavras.


Na legenda, pode ler-se:
"Jonas Savimbi posa com João Soares, Teresa Ricoh, António Maria Pereira e Armando Vara durante o VII Congresso da Unita, na Jamba, a 12 de Março de 1991."

Depois da Manuela Moura Guedes: Mário Crespo

Nada como "governar" calando as vozes críticas a este desgoverno (10governo).
Desta feita foi a vez do Mário Crespo.

Mário Crespo tinha uma coluna no Jornal de Notícias. Não foi necessária a intervenção da PT (ou de uma empresa de um dos seus membros de administração - OnGoing), para comprar o jornal, como aconteceu com a TVI. Afinal, há muito que este jornal é próximo do PS.

Mas há algo que custa entender, a alguém para o qual tecnologia é enviar exames por FAX: a informação já não se controla.
Na era da Internet, por mais que se controle os meios de informação, é impossível controlar o conteúdo: A informação.
Mais: quanto mais se tenta controlar, mais rapidamente ela se propaga.

Neste momento, o artigo de Mário Crespo que foi censurado pelo Jornal de Notícias está em milhares de sítios na Internet, desde sites a blogues, e circula ferozmente por e-mail.

Existem milhares de cópias do artigo censurado.
E aqui fica mais uma:


O Fim da Linha
Mário Crespo

Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre. Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público. Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.
Nota: Artigo originalmente redigido para ser publicacado hoje (1/2/2010) na imprensa.
in http://www.institutosacarneiro.pt/?idc=509&idi=2500