16/09/2011

Ainda a "Presidenta"...

Para quem continua com dúvidas:

http://ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=29892
«(...) Diversos dicionários, efectivamente, registavam o termo presidenta já há muitas décadas. No entanto, esse termo era de uso restrito, normalmente reservado ao registo popular ou utilizado ironicamente.
Um modismo é um modo de falar admitido pelo uso de uma língua, mas frequentemente contrário às regras gramaticais da mesma língua. O modismo muitas vezes tem um carácter passageiro, efémero.
Ora, como é do conhecimento geral, embora dicionarizada, a palavra presidenta não era vulgarmente usada nem em Portugal nem no Brasil: não pertence ao português-padrão, conforme tentei mostrar noutra resposta. No entanto, recentemente, algumas pessoas quiseram guindá-la a esse registo e começaram a utilizar normalmente a palavra.
É por isso que ela é considerada um modismo: está na moda, para os que querem seguir essa moda, dizer «a presidenta». (...)»

http://ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=15437
«(...) Quanto ao termo presidente, aí estou plenamente de acordo com a nossa consulente. Deverá dizer-se «a presidente». As palavras terminadas em -ente são comuns de dois. Exemplos: «a agente», «a combatente», «a concorrente», «a confidente», «a consulente», «a crente», «a delinquente», «a descendente», «a indigente», «a paciente», «a presidente», «a recorrente», «a regente», «a requerente», «a servente», «a sobrevivente», «a vidente», etc. Tal característica decorre do facto de estas palavras serem na generalidade provenientes do particípio presente dos verbos latinos, com o significado primitivo de «aquele ou aquela que age, que combate, que concorre, que consulta, que preside, etc». A terminação da palavra tem que ver com a duração da acção, e não com quem a pratica (masculino ou feminino), que vem identificado apenas no artigo. 
O facto de começar a haver dicionários que registam a palavra presidente alterando a terminação de -e em -a para diferenciar a forma do feminino apenas significa que esses dicionários resolveram registar um modismo, uma ocorrência sem suporte linguístico na morfologia actual. 
Para terminar, não posso deixar de considerar estranho querer-se reduzir a variedade da terminação da designação do feminino que existe na língua portuguesa (em -a, como «a menina»; em -o como «a piloto»; em -e como «a estudante»; em consoante, como «a juiz» ou «a repórter») à simples terminação em -a. Atrevo-me a dizer que tal preocupação por parte das mulheres até me  soa a ridículo. Que diríamos se os homens agora reivindicassem para si a designação de «o "maquinisto"» («o maquinista»), «o "astronauto"» («o astronauta»), «o "jornalisto"» («o jornalista»), «o "juízo"» («o juiz») ou «o "presidento"» («o presidente»)?… (...)»

http://ciberduvidas.pt/idioma.php?rid=2335
«(...) A propósito da eleição de uma mulher para a presidência da Assembleia da República, em Portugal — e depois do que já ocorrera com a eleição de outra mulher para a chefia do Estado brasileiro —, volta a surgir a dúvida: «a presidente», ou «a presidenta»?
A forma recomendada é «a presidente» (do latim praesidens, praesidentis).
Na análise desta questão há três aspectos a considerar: o porquê da existência da forma «a presidente»; os argumentos a favor da tentativa de criação da forma «presidenta»; a ausência de suporte gramatical que justifique a formação desta palavra.
1. Em primeiro lugar, deverá referir-se que os substantivos terminados em -nte são comuns de dois, isto é, têm só uma forma para o masculino e para o feminino, fazendo-se a distinção entre um género e o outro apenas pelo artigo. São muitos os exemplos deste tipo de substantivo: «o/a adolescente», «o/a agente», «o/a amante», «o/a arguente», «o/a assistente», «o/a cliente», «o/a combatente», «o/a comerciante», «o/a confidente», «o/a concorrente», «o/a consulente», «o/a correspondente», «o/a crente», «o/a delinquente», «o/a descendente», «o/a doente», «o/a emigrante», «o/a indigente», «o/a ouvinte», «o/a paciente», «o/a presidente», «o/a regente», «o/a representante», «o/a requerente», «o/a sobrevivente», «o/a suplente», «o/a tenente», «o/a traficante», «o/a viajante», etc. Exceptua-se «a parturiente» que, por razões óbvias, tem apenas feminino.
Estas palavras são provenientes do particípio presente dos verbos (ainda em latim ou já em português), com o significado primitivo de «aquele ou aquela» que age, que combate, que concorre, que consulta, que preside, etc. A terminação da palavra tem que ver com a acção, e não com quem a pratica (masculino ou feminino), que vem identificado apenas no artigo.
2. Há, no entanto, dicionários, e mesmo gramáticas, que registam a palavra presidenta.
No que diz respeito aos dicionários, tal significa que resolveram registar um modismo ou um termo de registo coloquial ou popular: estão no seu direito.
Quanto às gramáticas, estas referem o facto de ser um termo de curso restrito no idioma ou de ser utilizado popularmente, de não ter lugar na norma culta.
De referir, a título de curiosidade, que há quem cite o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, de Morais, que refere a forma «presidenta». Ora, é interessante observar as duas abonações aí registadas: numa, o termo é utilizado ironicamente, na outra, o autor considera incorrecto o seu uso. Vejamos: de Castilho, «Mais gratidão lhe devo, imortal presidenta» (Sabichonas, III, 2); de Mário Barreto, «Dissentimos a que uma senhora se lhe chame presidenta (…)» (Factos da Língua, cap. 16, 203).
Claro que se poderá argumentar com o facto de a língua ser dinâmica, mas tal argumento, por si só, tem alguma fragilidade, pois a evolução da língua pauta-se por normas. Se, gradualmente, uma comunidade de falantes começa a adoptar um termo e lhe confere legitimidade até o guindar à norma culta, trata-se de um processo natural, e não há nada a obstar, mas não deverá passar a considerar-se correcto um termo ou uma construção apenas porque alguém com poder social ou político lhe tenta conferir essa qualidade, seja porque, realmente, considere o termo correcto, seja porque tem uma outra intenção, de natureza não linguística, na defesa ou na exigência do seu uso.
3. Importa compreender que a criação da palavra «presidenta» assenta na visão simplista de quem associa a terminação «a» ao feminino.
Ora, por um lado há diversas palavras que terminam em «a» e designam pessoas do sexo masculino (exemplos: o papa, o monarca, o patriarca, o astronauta, o autarca, o pirata, o profeta, o poeta, o guarda, o colega, o camarada, o indígena, o artista, o jornalista, o ciclista, o pianista…), por outro, o morfema feminino «a» tem como correspondente o morfema masculino «o», e não a terminação «e».
No caso das palavras finalizadas em -nte, esta terminação não é característica do masculino: é uma terminação que designa seres tanto masculinos como femininos e que até surge em palavras que são gramaticalmente femininas (por exemplo, a gente, a serpente).
Assim, não há nenhuma regra que permita considerar que as palavras terminadas em «e» são masculinas e que o seu feminino se forma passando esse «e» a «a».
Aliás, uma das riquezas da língua portuguesa é a da diversidade na marcação do género em substantivos que designam pessoas: há substantivos com o género marcado, que são os biformes (exemplos: «o menino», «a menina»; «o barão», «a baronesa»), e há os substantivos que não têm marcação de género, os uniformes, que tanto podem ter um artigo que indica o género (exemplos: «o/a repórter»; «o/a dentista») como podem ter um artigo fixo, sendo apenas o contexto que nos fornece informação sobre o facto de se tratar de um indivíduo do sexo feminino ou do masculino (exemplos: «a pessoa», «a criança», «a testemunha», «o cônjuge»).
Não queria deixar de referir dois vocábulos que têm a terminação -nta e que costumam ser dados como exemplo na argumentação a favor da criação da forma «presidenta»: infanta e governanta. São duas palavras que considero não terem validade como exemplos neste contexto.
A palavra infanta é, efectivamente, uma forma feminina correspondente ao masculino infante, mas é um vocábulo que, em rigor, não foi formado da palavra portuguesa infante. A palavra infante é proveniente do latim infans,infantis, que significava «aquele que não fala», «aquele que tem pouca idade», «criança», passando, em português, também a designar «filho do rei, irmão do príncipe herdeiro», «irmão do rei». A palavra entra no português como substantivo comum de dois («o/a infante») e assim é utilizada até aos clássicos, nas acepções acima referidas. Entretanto, por influência do francês (língua na qual o termo tinha forma masculina e feminina: un infant, une infante), começa a utilizar-se o termo infanta, mas apenas na acepção de «filha de rei ou de rainha, não herdeira da coroa», e não nas outras acepções. O termo infanta não é, pois, formado do pretenso «masculino» infante, mas provém do francês. Nenhum dos outros vocábulos terminados em -nte provenientes do latim e contemporâneos da palavra  infanta assumiu a terminação desta.
Quanto ao termo a governanta, não se trata do feminino de o governante, mas, sim, de uma palavra que derivou desta, assumindo um significado diferente. Assim, existe «o governante» e «a governante» e, por outro lado, «a governanta», correspondente feminino de «o mordomo».
De referir que as outras palavras terminadas em -nta são normalmente de registo popular, pelo tal motivo de as pessoas, de uma forma simples, associarem a terminação «a» ao feminino (exemplo: parenta).
Assim, seguindo a regra da morfologia no que diz respeito aos substantivos comuns de dois terminados em -nte (são uniformes), deveremos dizer «a presidente», «a senhora presidente». (...)»

http://ciberduvidas.pt/idioma.php?rid=2277
«(...)

Sobre o uso da forma presidenta no Brasil e em Portugal

Vários*

Seguem três pareceres sobre o emprego de presidenta como feminino depresidente. Vêm eles a propósito da eleição da primeira mulher para a Presidência da República do Brasil — e a primeira, também, em qualquer país de língua portuguesa — que, por sua explícita vontade, se intitula, desde 1 de janeiro de 2011, «a presidenta de todos os brasileiros». E é como tal  —presidenta — que se regista no portal do Governo brasileiro. Uma questão decorrente da profunda alteração de comportamentos e estatutos sociais, verificada desde princípios do século XX, com as mulheres  assumindo funções e cargos políticos, administrativos e profissionais exercidos até então apenas pelos homens.
No Ciberdúvidas, há várias respostas anteriores, nem sempre convergentes, que abordam os problemas causados pela necessidade de formar a palavra do gênero feminino correspondente a substantivos que designam certos cargos e ocupações como juizbombeiro, chanceler — e o caso em apreço, o depresidente. Esta discussão acaba por abranger ainda outros substantivos que oscilam do mesmo modo, entre a uniformidade para os dois gêneros e a disponibilidade de uma forma de feminino morfologicamente distinta do masculino (por exemplo, elefanteelefanta).
Aos consultores que acederam a participar nesta discussão, os nossos agradecimentos.

1. Sobre o uso de presidenta no Brasil (Amílcar Caffé, Brasil)
A discussão é resultado da eleição de Dilma Roussef para a presidência do Brasil. A eleita decidiu para flexão para o feminino — mais uma reafirmação da questão do gênero no resultado da votação.
A partir daí, houve uma divisão. Os documentos oficiais brasileiros passaram a tratar Dilma como a «presidenta do Brasil». Mas alguns meios de comunicação optaram por chamá-la de presidente.
Os dois principais dicionários brasileiros — o de Aurélio Buarque de Holanda e o de Antônio Houaiss — e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, publicado pela Academia Brasileira de Letras (entidade que tem a função de indicar a norma da língua portuguesa para o Brasil), registram a formapresidenta como feminino de presidente.
No entanto, o jornal Folha de S. Paulo afirmou que vai utilizar a formapresidente ao referir-se a Dilma. Em texto publicado no jornal, a consultora de língua portuguesa da Folha, Thaís Nicoleti, afirmou que as duas formas são corretas, «mas a feminina é pouco usada». O colunista desse jornal que trata da língua portuguesa acrescentou que a flexão da palavra no feminino «causa estranheza aos leitores».
A mesma linha segue o jornal O Globo, que sempre utiliza a formapresidente para tratar Dilma Roussef. Na revista Veja, o colunista Lauro Jardim anunciou que vai tratar Dilma como presidente. Já o jornal O Estado de S. Paulo adotou uma postura ambígua, com textos na mesma edição tratando Dilma tanto como presidente quanto como presidenta.
Por trás dessa discussão está uma questão que ultrapassa a linguística. Concordo com Thaís Nicoleti que a forma feminina é pouco utilizada. Acho que é certo o que diz com Pasquale Cipro Neto, a forma presidenta causa estranheza aos leitores — eu prefiro o termo estranhamento, nome de uma figura de retórica que busca marcar pontos numa discussão ao empregar construções ou palavras pouco usuais ou em situações pouco comuns. Não considero que apenas por que Dilma Roussef optou por usar uma forma seja razão suficiente para que tenhamos de usar.
Acredito que esses argumentos não justificam deixar de lado a utilização depresidenta. Primeiro, porque é uma forma que não entra em confronto com as regras gramaticais. Em segundo lugar, porque sou a favor da utilização de formas flexionadas: poetisamestrachefa, sargenta.
Se observarmos, são normalmente substantivos que se referem a posições de relevo — nas quais não estamos habituados a ver uma mulher. A língua tem história e tem ideologia. É formada por influências das regiões e das classes que têm o poder. Se falamos chão em vez de plano, é porque na região e nos estratos sociais dominantes no período em que o português se consolidou a utilização do ch- substituiu o pl-. Mas vivemos numa época em que temos a possibilidade de escolher o caminho da língua. Temos cada vez mais mulheres a assumir posições de relevo e de chefia na sociedade. É natural que a língua possa dar resposta a isso, com a sua flexão de gênero.

2. A questão de presidente/presidenta em Portugal e no Brasil(Margarita Correia, Portugal)
Quanto à questão da presidente/presidenta penso o seguinte:

— Em Portugal, a forma culta e única aceite em discurso formal é presidente— os nomes acabados em -ente são comuns de dois. Existem, porém, formas populares em que se constrói o feminino em -a — estudantasargenta,comercianta. Estas formas têm um cunho pejorativo.

— No Brasil, penso que a situação não será muito diferente. Porém, dado o empenho da Dilma Roussef em se chamar a si própria presidenta (numa atitude de clara afirmação feminista — e, quem sabe?, populista), o termo acabará certamente por entrar nos dicionários sem marca de uso, assumindo ser aceite na norma culta.

3. O feminino das palavras infante, governante e elefante, a propósito da correção de presidenta1 (Maria Regina Rocha, Portugal)
Como ponto prévio, direi que a dúvida apresentada diz respeito a três palavras de natureza diferente, e que estas palavras não terminam em -ente(como presidente), do particípio presente de verbos latinos, mas em -ante.

Analisemos, então, cada uma das palavras e por que motivo elas têm o morfema -a no feminino.

A palavra infante provém do latim infans, infantis, que significava «aquele que não fala», «aquele que tem pouca idade», «criança», passando, em português, também a designar «filho do rei, irmão do príncipe herdeiro», «irmão do rei». Na acepção de «criança», a palavra entra no português como substantivo comum de dois («o ou a infante») e assim é utilizada pelos clássicos. Entretanto, por influência do francês infante, feminino de infant, começa a utilizar-se o termoinfanta, apenas na acepção de «filha de rei ou de rainha, não herdeira da coroa». O termo infanta não é, pois, formado do pretenso «masculino»infante, mas provém do francês.

Quanto à palavra governante, trata-se de um termo oriundo do francês, ainda sentido em meados do século XIX como um «francesismo inadmissível e desnecessário» (Novo Diccionario da Lingua Portugueza, por Eduardo de Faria, 1857). Com o significado de «pessoa que governa», é um substantivo comum de dois («o ou a governante»). A palavra governanta entra posteriormente no português, também proveniente do francês, com o significado de «mulher a quem estava confiada a administração de uma casa» e também vai ser sentida como galicismo, por ocupar o mesmo espaço que aiaamacriada grave. Não é, pois, uma palavra formada do português governante, não tendo, naturalmente, o significado de «mulher que preside ao governo de um país ou dele faz parte».

Finalmente, o substantivo feminino elefanta já está registrado há séculos em dicionários: provém do latim, de um substantivo que assume normalmente as duas formas (o elefante e a elefanta), não sendo formado de nenhum verbo. Há, no entanto, quem utilize apenas uma forma, considerando-o um substantivo epiceno, como é regra geral em grande parte dos nomes de animais.
Em suma, estas palavras terminadas em -e que formam o feminino com a utilização do morfema -a são excepções em relação à regra relativa à formação do feminino dos substantivos ou adjetivos terminados em -ente da mesma família de verbos cujos particípios presentes são reveladores de quem pratica a ação daquele verbo. (...)»

http://ciberduvidas.pt/controversias.php?rid=905
«(...)
Presidir, para as mulheres, é função muito recente, milénios depois da época quase mítica do matriarcado. Talvez por isso, é também recente a frequência e premência com que se levanta o problema do feminino da palavra significante do conceito "aquele(a) que preside".
No nível culto da língua, na língua padrão, na língua escrita, em certos registos da língua literária, na linguagem especial (ou na "língua de pau") da administração pública, tomando como referência o particípio presente latino, de acordo, aliás, com a "lei" que rege a formação de tantos substantivos ou adjectivos substantivados provenientes desse particípio, não tenho dúvida de que se escreverá /dirá senhora presidente. Dizer/escrever presidenta, na fala/escrita destes utentes, aparece ainda com conotações irónicas. A sério, diz-se/escreve-se a presidente.
Não admitir estas diferenças é apontar aos falantes embaraços evitáveis. A língua deve funcionar como instrumento de comunicação e não como um fim em si mesmo. O facto de uma expressão ser correcta não a recomenda em todas as circunstâncias.
Tenho, aliás, imensa curiosidade quanto ao que sentirá a dr.ª Edite Estrela, defensora da forma "feminizada", quando um subordinado ou um munícipe a tratar por Senhora Presidenta da Câmara Municipal de Sintra. Lá no íntimo, não pensará a presidente: «Este tipo está a gozar comigo?»
 (...)»

06/09/2011

A falta de cérebro é contagiosa?...

Presidente Dilma Rousseff
Parece que a língua portuguesa se tornou um alvo fácil para quem necessita de descarregar frustrações.

Primeiro foi o Acordo Ortográfico de 1990. Na altura ainda havia alguém com influência e cérebro, pelo que a aplicação do AO foi travada. Mais tarde voltou o AO... influência e inteligência já não podem ser encontrados na mesma pessoa.

Junto com o AO, apareceu outra mostra de acefalite (doença que acomete os parcos de cérebro), a era das presidentas, generalas, estudantas, e outras que tais.

Meus caros colegas de género, revoltemo-nos. Passemos a ir ao dentisto. Passemos a ler as crónicas dos jornalistos. Vejam os jogos dos futebolistos. Sejam estúpidos, que parece estar na moda.

Recebido por e-mail:


Mais uma "EMIGRANTA" que arranjou um "Super Tacho" e, que em vez de ficar bem caladinha, ainda quer alterar mais do que já  foi recentemente a nossa querida Língua de Camões e Agostinho da Silva ...
QUO VADIS, Portugal?
Ora aqui temos uma aula em formato reduzido, mas muito elucidativa.
Na era pós 'presidenta' Dilma a palavra ganhou novo alento, e claro o 'hábito faz o monge' ou será monja?!
Infelizmente a jornalista Pilar del Rio costuma explicar, com um ar de catedrática no assunto, que dantes não havia mulheres presidentes e que, por isso, é que não existia a palavra "presidenta"... Daí que ela diga insistentemente que é Presidenta da Fundação José Saramago e se refira a Assunção Esteves como Presidenta da Assembleia da República.
Ainda nesta semana , escutei Helena Roseta dizer: «Presidenta!», retorquindo o comentário de um jornalista da SICNotícias, muito segura da sua afirmação...

A propósito desta questão recebi o texto que se segue e que reencaminho:
Uma belíssima aula de português!
Foi elaborada para acabar de uma vez por todas com toda e qualquer dúvida se temos sobre se devemos dizer a "presidente" ou a "presidenta".
A presidenta foi estudanta?
Existe a palavra: PRESIDENTA?
Que tal colocarmos um "BASTA" no assunto?

No português existem os particípios activos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio activo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendigar é mendicante... Qual é o particípio activo do verbo ser? O particípio activo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a acção que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte.
Portanto, a pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha. Diz-se capela ardente e não capela "ardenta"; diz-se estudante e não "estudanta"; diz-se adolescente e não "adolescenta"; diz-se paciente e não "pacienta".

Um bom exemplo do erro grosseiro seria:
"A candidata a presidenta comporta-se como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta".




O que elas querem sei eu... é serem sodomizadas à bruta!
(Onde é que eu já ouvi isto?)